MANIFESTO

Com a implantação do Complexo Industrial e Portuário de Suape, alardeado como uma oportunidade única para alavancar o crescimento econômico da região e do Estado; tem sido constatado que a luta pela terra se tornou o ingrediente principal das agressões e violências contra os moradores, existindo controvérsias jurídicas sobre a posse dos valorizados terrenos do entorno de Suape.

A intervenção estatal naquela região através da empresa Suape tem sido caracterizada pela violência na retirada das famílias moradoras sem que indenizações justas sejam pagas, e nem novas moradias disponibilizadas, levando estes moradores a se tornarem sem teto, e famílias a viverem precariamente nas cidades localizadas em torno do Complexo.

O meio ambiente também tem sofrido com a ocupação predatória deste território. Constata-se que onde eram mangues, mata atlântica e restingas têm dado lugar para a construção dos grandes empreendimentos. Sem dúvida para a manutenção de padrões sociais dominantes desde o período colonial os poderes constituídos (executivo, legislativo e judiciário) fecham os olhos para a violação dos direitos destas populações invisíveis à sociedade.

O que se esta em jogo é um modelo de desenvolvimento concentrador, predatório e que não satisfaz as necessidades básicas das populações envolvidas.

Daí a proposta de organização da sociedade civil em torno de um fórum permanente que terá o objetivo de discutir as questões atuais que estão sendo vivenciadas pelas populações do entorno do Complexo, e seus reflexos para as gerações futuras.

Neste sentido, buscaremos propor, realizar e interagir de forma propositiva com as iniciativas que estão sendo implementadas nas diferenças regiões do país, no que relaciona com a justiça sócio-ambiental. Os impactos nas suas diferentes formas são evidentes, e queremos levar aos diferentes setores da sociedade, que é possível outra forma de desenvolvimento que leve realmente em conta as necessidades básicas das pessoas e a preservação ambiental. Denunciaremos as mazelas que estão ocorrendo, em particular as pessoas pobres, desprovidas de meios midiaticos, invisíveis a sociedade. Mas também apontaremos as alternativas para construirmos uma nova sociedade mais justa, fraterna e solidária.

Em Pernambuco, nos juntamos com o firme propósito de discutir em patamar distinto os rumos do desenvolvimento de nosso estado.
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