NO CABO, REPRESENTANTES DA CAMIL INVADEM SÍTIO DE POSSEIRO E DESTROEM PLANTAÇÕES
Ainda segundo relatos da comunidade, na ocasião não havia nenhum oficial de justiça e nem foi apresentada qualquer ordem judicial autorizando tal destruição, demonstrando se tratar de uma ação arbitrária e, portanto, ilegal.
O filho de seu Severino, Rafael Izidoro, de 25 anos, registrou o momento da invasão e encaminhou as imagens para o Fórum Suape, que imediatamente acionou a imprensa e orientou a família a registrar um Boletim de Ocorrência. “Eles chegaram aqui, desrespeitando a todos nós, e o dono da empresa disse que não ia pagar dinheiro nenhum, porque a gente procurou o Fórum Suape, e ainda afirmou que nem Deus vai impedir ele de tirar a gente daqui”, disse Rafael, angustiado.
Segundo a família, as terras foram adquiridas como pagamento pelos créditos trabalhistas que tinham com a Usina Santo Inácio. Hoje, o sítio de seu Severino Izidoro fica espremido em meio a várias fábricas, nas imediações da PE-060, e cerca de dez outras familiares também permanecem residindo na localidade sob essas mesmas condições. Poucos meses antes, outros agricultores da área e o próprio Rafael Izidoro, que tem um pequeno comércio no local, tiveram suas barracas destruídas, conforme noticiado na Edição n.º 24 deste Boletim.
Percebe-se, portanto, que além das ações abusivas dos funcionários de SUAPE, constantemente relatadas ao Fórum Suape, as famílias da região estão passando a sofrer também com a ação dos funcionários das indústrias instaladas no Complexo, como é o caso da Camil. Diante do caso, o Fórum Suape está envidando esforços para buscar a responsabilização dos envolvidos e evitar novas destruições na área.
E quanto à Camil… melhor deixar fora do seu prato. Como comer também é um ato político, dê preferência a produtos feitos de forma respeitosa, que não envolvem violência e desrespeito nem contra a natureza e nem contra comunidades.